Em Acupe, o eco ancestral é imanente, e dele aflora uma história que não foi escrita, aquela que emerge da oralidade povoada de lembranças ancestrais que toma forma em um êxtase de emoções e explode todos os domingos do mês de julho entre os quilombolas do Acupe, com a manifestação do "Nego Fugido".
As fotografias que apresento neste trabalho estão carregadas de interpretações colhidas nas entrelinhas da oralidade e na catarse das encenações dos "brincantes", e delas utilizo-me como linguagem com com a qual descortino a compreensão de quem é o outro, o que faz, o que sente, qual a sua origem.
Com ela busco interpretar realidades que não vivi, permitindo-me tecer minhas compreensões de mundo, sem me desaperceber que certamente encontrará interpretações outras, em outros olhares.
Juray de Castro
Curadoria: